quarta-feira, 15 de abril de 2009

Skank


O Skank nasceu em 1991, em Belo Horizonte, a mesma cidade brasileira que deu ao mundo Milton Nascimento e Sepultura. Ao centro da harmonia de um e a energia de outro, o grupo começou movido pelo interesse em transportar o clima do dancehall jamaicano para a tradição pop brasileira. Lançou seu primeiro álbum de forma independente - mas o sucesso underground despertou o interesse da poderosa Sony Music que, com a banda, inaugurou no Brasil o selo Chaos. Seu segundo disco, de 1994, foi o trampolim para o estrelato: mais de 1 milhão de cópias de Calango e top-hits como "Jackie Tequila" e "Te Ver". O álbum abriu as portas para uma nova geração de bandas brasileiras atentas às novidades do rock mundial e, ao mesmo tempo, curiosa com as raízes da tradição local.

O disco seguinte foi ainda mais longe (tanto em sua missão de fusão quanto em seu sucesso comercial): O Samba Poconé levou o grupo a se apresentar na França, Estados Unidos, Chile, Argentina, Suíça, Portugal, Espanha, Itália e Alemanha, em shows próprios ou em festivais ao lado de Echo & The Bunnymen, Black Sabbath e Rage Against The Machine. O single "Garota Nacional" foi um sucesso monstruoso no Brasil e liderou a parada espanhola (em sua versão original, em português) por inacreditáveis três meses - a canção foi o único exemplar da música brasileira e integrar a caixa Soundtrack for a Century, lançada para comemorar os 100 anos da Sony Music. Os discos da banda ganharam edições norte-americanas, italianas, japonesas, francesas e em diversos países ao redor do mundo.

Enquanto O Samba Poconé chegava a quase 2 milhões de cópias vendidas no Brasil, o Skank foi convidado a representar seu país no álbum Allez! Ola! Olé!, disco oficial da Copa do Mundo de Futebol de 1998.Inquietos artisticamente, o quarteto não se acomodou com o êxito. Sua música passou a equalizar as origens eletrônicas com novas influências psicodélicas e acústicas - reveladas nos álbuns Siderado (mais introspectivo e maduro) e Maquinarama (mais colorido e lisérgico).

O sucesso não arrefeceu: vieram mais hits radiofônicos, como "Resposta", "Saideira" e "Balada do Amor Inabalável" esta com ecos de Sergio Mendes em climas cyberpunk. É a mesma versatilidade que permite ao grupo gravar ao lado de Andreas Kisser (Sepultura), Manu Chao, Uakti ou Jorge Ben Jor e arrancar elogios de Stewart Copeland por sua versão de "Wrapped Around Your Finger", incluída no tributo latino ao Police, Outlandos D'America. Uma polivalência de quem não revela amarras senão com o pop perfeito e com a energia para levantar a multidão. como mereceu registro no CD e DVD Ao Vivo Ouro Preto, que emplacou mais um sucesso top-one, Acima do Sol, e passou de meio-milhão de compradores.

Os cinco primeiros meses de 2003 foram investidos na meticulosa preparação de Cosmotron, álbum que chegou às lojas merecendo rasgados elogios da imprensa: sinais de evolução em Belo Horizonte, concentração sem sisudez nem passadismo, canções pop processadas em cuidadosos laboratórios, ratificando o Skank como o mais criativo grupo pop dos anos 90. Enquanto o primeiro single, a balada psicodélica Dois Rios, ganhava as rádios do Brasil (e o prêmio de melhor videoclipe pop no Vídeo Music Brasil 2003), o grupo se lançava em mais um giro internacional, com passagens por Portugal, Inglaterra e Bélgica, além de uma histórica apresentação no palco principal do festival de Roskilde, na Dinamarca, ao lado de grupos como Blur e Cardigans. A nova turnê da banda (com cenário de Gringo Cardia a partir de telas de Beatriz Milhazes e confiantes oito novas canções no repertório) estreou em três noites de lotação esgotada no Canecão, Rio de Janeiro. De novo na estrada, o grupo vive o raro privilégio e o desafio que lhe impõem seus 12 anos de carreira, seus 5 milhões de discos vendidos e a fidelidade de seu público, que lhes ampara mesmo em seus vôos mais arriscados.

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